Sua empresa investe pelo menos 10% da verba de comunicação nos meios digitais? Seus consumidores encontram sua marca com facilidade no Google? Sua marca promove diálogo no Facebook e no Twitter? Se você respondeu “sim” para estas perguntas pode parar de ler agora, você já está no jogo. Por outro lado, se você ainda tem que explicar para o seu chefe que existem mais de 70 milhões de pessoas na web, que os “jovens fazem tudo ao mesmo tempo agora”, que os consumidores utilizam o Twitter como SAC...enfim, que o mundo é como é, escrevi umas dicas que podem ajudar.
Caso você ainda esteja lendo este texto imagino que a coisa está brava para o seu lado. Peço desculpas antecipadas pelo excesso de simplificação, mas garanto que as dicas dão certo. Lembrando que o ótimo é inimigo do bom e que é necessário que você assuma algumas responsabilidades, sugiro os seguintes passos.
Primeiro mês: comece pelo Google e invista R$ 5.000 em links patrocinados. Se você nem sabe o que são links patrocinados, busque no próprio Google e a resposta aparecerá no primeiro link. Tire o cartão de crédito do bolso e siga os próximos passos. Instale o Google Analytics no seu site; esta ferramenta gratuita te ajudará a entender a quantidade e a qualidade do tráfego gerado. Apesar de ser super simples, uma agência pode te ajudar: entre no site do IAB Brasil e encontre a lista completa das melhores agências que prestam serviços digitais do país.
Segundo mês: ao observar os números, aposto que você vai achar seu site desatualizado, antigo, pesado, etc. Provavelmente, o tempo médio de navegação estará muito baixo, os visitantes únicos serão poucos, o banco de dados, irrisório. Sugiro separar um troco para criar um novo site urgentemente.
Terceiro e quarto meses: pense na sua marca como uma pessoa, ela deve dialogar, emitir opiniões, responder dúvidas. Sugiro começar o trabalho com um monitoramento das redes sociais para sentir a temperatura das conversas que já existem (queira você ou não); sua agência pode te orientar sobre os melhores fornecedores. Paralelamente, contrate alguém exclusivo em seu time (ou da sua agência) para se responsabilizar pelo Twitter, Facebook e Orkut (por enquanto está suficiente). Antes de começar, combine as regras do jogo: o que falar, como se posicionar, o que evitar. Sua empresa nunca estará pronta para começar....então, comece! Faça as contas, quanto pode custar este profissional 100% dedicado? Pague.
Quinto mês: divida a responsabilidade e os recentes aprendizados com o resto da empresa. Se o pessoal estiver aberto às novidades, a área de pesquisa vai se entusiasmar pelas possibilidades para melhor conhecer os consumidores. O SAC vai querer se apropriar de parte do diálogo. A equipe de vendas pensará em promoções-relâmpago nas redes sociais. Aos poucos, a área digital deixa de ser um departamento e vira uma atitude.
Sexto mês em diante: a presença digital da sua marca é anos-luz mais importante do que o site institucional, você já deve ter percebido. Chegou a hora da verdade, investimento de verdade, resultados de verdade, compromisso de verdade. Eu só conheço uma forma de fazer a coisa acontecer: o CEO, diretor de marketing ou outro profissional sênior precisa se comprometer. Não há outra forma: no planejamento financeiro precisa ter uma linha dedicada ao digital. As empresas que melhor atuam nesse meio fazem assim. Por que seria diferente com você?
Um ano depois...: sua presença digital já deve contemplar mídia display nos portais, sua presença nos buscadores já deve estar consistente, provavelmente você já descobriu que mobile advertising é poderoso. Seu investimento no meio digital é superior aos 10% da verba de comunicação. Acredito que somente agora, um ano depois de tanto trabalho e suor, chegamos no X da questão. Não adianta somente “estar” nos meios digitais. Muito mais importante é a definição da mensagem, a marca que você constrói (ou não). A interatividade já faz parte da nossa cultura, não é mais possível pensar a comunicação da marca sem os momentos de interação com o consumidor. E num mundo onde os consumidores são “sócios” das mensagens, as marcas têm que ser cada vez mais fortes e ter claras as suas promessas. E aí, vai encarar?